Avaliação da resistência mecânica em compósitos de argamassa com adição de pó de vidro após exposição a elevadas temperaturas

Abstract

Concretos e argamassas, amplamente empregados na construção civil, oferecem grande resistência mecânica na temperatura ambiente. Porém, ao serem submetidos a elevadas temperaturas, como no caso de incêndio, perdem essas propriedades devido à remoção da água estrutural dos silicatos na matriz de cimento. O objetivo principal desse trabalho é avaliar a resistência mecânica de compósitos constituídos de argamassa e pó de vidro, com 28 dias de cura e após exposição a elevadas temperaturas. Foi estabelecida uma argamassa sem vidro como padrão de referência e outras três formulações contendo pó de vidro. As proporções de cimento e cal hidratada foram mantidas em todas as formulações. A formulação com pouco vidro foi constituída por 1,2 volumes de pó de vidro para 4,8 volumes de areia, enquanto a formulação com mais vidro teve três volumes de cada e outra somente com pó de vidro como agregado. Após exposição a elevadas temperaturas, 800, 1000 e 1200 °C, os corpos de prova contendo 20% de vidro, apresentaram resistência mecânica e integridade física, enquanto que o mesmo não foi observado para o padrão de referência. Esses resultados demonstraram a viabilidade potencial do pó de vidro para o desenvolvimento de uma argamassa resistente a elevadas temperaturas.

Concrete and mortar widely used in construction offer great mechanical resistance at room temperature. However, when subjected to high temperatures as in the case of fire they lose these properties due to the removal of structural water from silicates in the cement matrix. The main objective of this work is to evaluate the mechanical strength of composites composed of mortar and glass powder with 28 days of cure and after exposure to high temperatures. A mortar without glass was established as a reference standard and three other formulations containing glass powder. The proportions of cement and hydrated lime were maintained in all formulations. The low-glass formulation consisted of 1.2 volumes of glass powder to 4.8 volumes of sand while the more-glass formulation had three volumes each and one with only glass powder as an aggregate. After exposure to high temperatures, 800, 1000 and 1200 °C, specimens containing 20% glass powder showed mechanical resistance and physical integrity while, it was not observed for the reference standard. These results demonstrated the potential viability of glass powder for the development of a high temperature resistant mortar.