Cereal alimentício contendo alto teor de proteína advindo de farinhas de insetos

Abstract

Ao longo dos anos, o aumento da população mundial tem impulsionado a demanda por alimentos, em especial as fontes de proteínas, bem como a procura por modelos sustentáveis de produção, devido às preocupações ambientais. Como consequência, a indústria tende a produzir alimentos adequados à esta realidade. Neste contexto, o uso de insetos comestíveis, como a larva do besouro Tenebrio molitor e o Gryllus assimilis (grilo preto), representa uma alternativa promissora para suprir as necessidades proteicas na dieta humana. Esses insetos são notáveis por sua alta qualidade proteica, aminoácidos essenciais, vitaminas do complexo B, minerais como ferro, zinco e cálcio, e ácidos graxos insaturados. Sua digestibilidade e perfil nutricional os tornam uma opção atraente para agregar ao perfil nutricional de barras de cereais, alimentos que já são consumidos popularmente como lanches práticos e saudáveis. Esta pesquisa, tem como objetivo a elaboração de barras de cereais com três diferentes formulações para cada farinha de inseto, separadamente. Utilizou-se como base para a formulação aveia em flocos, flocos de arroz, uvas-passas clara e escura, semente de girassol, gergelim, bananas-passas, mel, açúcar mascavo, sal e água, agregando-se na mistura base as quantidades de 9; 12 e 18 % de farinha de inseto. Os testes preliminares e a produção das barras ocorreram na agroindústria do IFRS Campus Bento Gonçalves e as análises de composição físico-química e colorimetria foram procedidas no laboratório de alimentos. Os resultados obtidos foram promissores, encontrando-se valores de proteínas entre 62 a 83 % e lipídios de 11,73 a 15,17 %. Os resultados das análises de pH, cinzas, umidade e colorimetria ficaram dentro dos confrontados na literatura. O uso de larva de besouro e grilo preto como fontes de proteína em barras de cereal representa uma inovação promissora na indústria alimentícia, oferecendo uma solução sustentável para a crescente demanda por proteína, ao mesmo tempo em que aborda questões ambientais e de segurança alimentar. No entanto, a superação de desafios relacionados à aceitação cultural, regulamentação e aspectos técnicos é fundamental para o sucesso desta abordagem.

Over the years, the increase in the world population has driven the demand for food, particularly protein sources, as well as the search for sustainable production models due to environmental concerns. Consequently, the industry tends to produce food suited to this reality. In this context, the use of edible insects, such as the larvae of the beetle Tenebrio molitor and the Gryllus assimilis (black cricket), represents a promising alternative to meet the protein needs in the human diet. These insects are notable for their high-quality protein, essential amino acids, B- complex vitamins, minerals such as iron, zinc, and calcium, and unsaturated fatty acids. Their digestibility and nutritional profile make them an attractive option to enhance the nutritional profile of cereal bars, foods that are already popularly consumed as convenient and healthy snacks. This quantitative research aims to develop cereal bars with three different formulations for each insect flour, separately. Oat flakes, rice flakes, light and dark raisins, sunflower seeds, sesame seeds, dried bananas, honey, brown sugar, salt, and water were used as a base for the formulation, with 9; 12, and 18 % of insect flour added to the base mixture. Preliminary tests and bar production took place at the IFRS Campus Bento Gonçalves agro-industry, and physicochemical composition and colorimetry analyses were conducted in the food laboratory. The results were promising, with protein values ranging from 62 to 83 % and lipids from 11,73 a 15,17 % . The results of pH, ash, moisture, and colorimetry analyses were consistent with those reported in the literature. The use of beetle larvae and black crickets as protein sources in cereal bars represents a promising innovation in the food industry, offering a sustainable solution to the growing demand for protein while addressing environmental and food safety issues. However, overcoming challenges related to cultural acceptance, regulation, and technical aspects is crucial for the success of this approach.