Plantas de cobertura no controle de plantas daninhas e seus efeitos na produtividade da soja

Abstract

No sul do Brasil, durante o período de entre safra de soja, que ocorre, de março a outubro ocorre o maior volume de precipitação hídrica. Esse momento coincide com o chamado vazio outonal, momento em que a maioria das lavouras se encontra sem proteção vegetal, ficando suscetíveis à erosão hídrica e à incidência de plantas daninhas. A implantação de espécies que se desenvolvam dentro desse período pode minimizar este problema. Assim, objetivou-se nessa pesquisa avaliar o potencial de supressão de plantas daninhas por culturas de cobertura, quando semeadas no período de inverno e apontar qual espécie de cobertura de solo resultou em melhor potencial produtivo na cultura da soja, semeada em sequência. O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso com oito tratamentos e quatro repetições sendo estes: Tratamento 1 – Testemunha; Tratamento 2 – Azevém; Tratamento 3 - Aveia branca bagual; Tratamento 4 - Aveia branca bagual + Ervilhaca forrageira + Azévem; Tratamento 5 – Aveia branca bagual + Nabo forrageiro + Centeio; Tratamento 6 - Aveia branca bagual + Aveia preta comum + Nabo forrageiro + Centeio; Tratamento 7 - Aveia branca bagual + Ervilhaca forrageira + Centeio; Tratamento 8 - Aveia branca bagual + Nabo forrageiro + Ervilhaca forrageira + Centeio. As avaliações realizadas foram a supressão das plantas daninhas aos 30, 90 e 135 dias após a semeadura das plantas de cobertura e produtividade da cultura da soja em relação às diferentes culturas de coberturas de solo consorciadas. Observou-se que as plantas de cobertura produziram diferentes quantidades de fitomassa seca na parte aérea, principalmente quando foi realizada a associação de plantas de cobertura (consórcio). A utilização de plantas de cobertura de outono/ inverno mostrou-se eficiente no manejo da supressão de plantas daninhas, em especial quando houve consórcio entre plantas de cobertura de outono/ inverno. Apesar dos benefícios com o controle de plantas daninhas, a semeadura da soja sobre os restos culturais de plantas de cobertura no inverno não se proporcionou aumento no rendimento da cultura.

In southern Brazil, during the period between the soybean harvest, which occurs from March to October, the highest volume of water precipitation occurs. This moment coincides with the so-called autumnal void, when most crops are without plant protection, being susceptible to water erosion and the incidence of weeds. The implantation of species that develop within this period can minimize this problem. Thus, the objective of this research was to evaluate the potential for weed suppression by cover crops, when sown in the winter period, and to point out which soil cover species resulted in better productive potential in soybean, sown in sequence. The experimental design used was randomized blocks with eight treatments and four replications, namely: Treatment 1 – Control; Treatment 2 – Ryegrass; Treatment 3 - Bagual white oats; Treatment 4 - White bagual oats + Forage vetch + Ryegrass; Treatment 5 – Bagual white oats + Forage turnip + Rye; Treatment 6 - White bagual oats + Common black oats + Forage turnip + Rye; Treatment 7 - White bagual oats + Forage vetch + Rye; Treatment 8 - Bagual white oat + Forage turnip + Forage vetch + Rye. The evaluations carried out were the suppression of weeds at 30, 90 and 135 days after sowing the cover crops and productivity of the soybean crop in relation to the different intercropped soil cover crops. It was observed that the cover crops produced different amounts of dry phytomass in the aerial part, mainly when the association of cover plants was carried out (consortium). The use of autumn/winter cover crops proved to be efficient in the management of weed suppression, especially when there was intercropping between autumn/winter cover crops. Despite the benefits with weed control, soybean sowing on the crop residues of cover crops in winter did not provide an increase in crop yield.