Abstract:
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A presente pesquisa tem como objetivo compreender como eram as práticas de
saúde e higiene apresentadas nas escolas no Rio Grande do Sul durante o período da
Primeira República, direcionando seu olhar para quais destas eram inclusivas a população
infantil e jovem feminina e quais delas eram exclusivas a essa parcela da população.
Metodologicamente utilizou-se da revisão bibliográfica e da análise de duas fontes
selecionadas para buscar tais informações, bem como compreender a realidade daquele
momento histórico, desenvolvendo uma análise sobre o período higienista e como este
momento da história influenciou diretamente na construção de sociedade e os papéis de
seus membros, influenciando todos os aspectos desta vida, influenciando o coletivo e o
privado. A partir dessa análise inicial, foi possível traçar parâmetros sobre a relação saúde e
educação, como estes dois aspectos da vida eram evidenciados e desenrolados no
cotidiano da população, como isso impactou diretamente no ambiente escolar e como essa
relação foi pensada e executada a população feminina infantil, jovem e adulta. Justifica-se a
partir da compreensão da persistência das percepções que cercam a figura feminina e
também as orientações de saúde em torno da maternidade e reprodução. Como referenciais
temos as autoras Maria Stephanou e Ana Paula Kondörfer que são as responsáveis pela
produção das fontes utilizadas, e dialogamos com Barros, Cellard e Bloch para
compreensão da importância da revisão bibliográfica, pesquisas documentais e seus
funcionamentos, bem como sobre o papel do historiador nesse processo, cercamo-nos
também de autoras que discorrem sobre questões de saúde e do universo feminino, tais
como Michele Perrot, Heloísa Helena Pimenta Rocha, Ana Paula Vosne Martins e Aline
Tosta dos Santos. Ao longo do estudo desenvolvido foi possível perceber que as percepções
que cercam o âmbito da saúde feminina e a educação em saúde das mulheres segue
limitada às questões reprodutivas, maternas e de cuidado dos doentes, cabendo as jovens
desde sempre papéis de cuidado, manutenção da saúde coletiva familiar e práticas de
higiene. |