Indução de carga e cobertura de gotas de um pulverizador eletrostático em um vinhedo niágara na serra gaúcha

Abstract

Na região da Serra Gaúcha, são comuns altas taxas de aplicação de calda na cultura da videira, resultando elevadas perdas por deriva. A pulverização eletrostática se apresenta como uma possível alternativa para este problema, devido à maior deposição de calda que pode proporcionar. Este trabalho teve como objetivo avaliar o comportamento da indução de carga nas gotas de pulverização em função da distância e a qualidade de pulverização em um vinhedo. No primeiro experimento foi aferido o decaimento da relação carga/massa (Q/M) em função da distância, com quatro pontas de pulverização eletrostática de diferentes vazões, sendo utilizado o método da Gaiola de Faraday. No segundo experimento foram avaliadas a cobertura de pulverização e a deriva proporcionada pela pulverização eletrostática em um vinhedo, conduzido em sistema latada, cv. Niágara Rosada e espaçamento de 2,5 m entre plantas. Foram utilizados cartões hidrossensíveis para a avaliação, considerando os parâmetros densidade de gotas (gotas cm-2) e índice de impactos. Os cartões foram fixados nas faces adaxial e abaxial das folhas em 10 posições do dossel. Os resultados demonstraram que a relação Q/M foi inversamente proporcional às distâncias e foi influenciada pelas pontas de pulverização. Nenhum dos tratamentos atingiu os valores mínimos de relação Q/M recomendados para uma pulverização eletrostática eficaz. A cobertura de pulverização apresentou desuniformidade na densidade de gotas aferida comparativamente para as faces adaxial e abaxial das folhas e para a posição, verificando-se maior população de gotas nas faces inferiores das folhas. A maioria dos cartões não atingiu os valores mínimos definidos pelo índice de impactos para uma cobertura eficaz dos alvos de pulverização.