A Integração de Dobraduras e o Pensamento Computacional na Educação Matemática Para Alunos com Deficiência Visual no Ensino Básico

Abstract

Com os avanços tecnológicos e a crescente integração das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TIDC) no ambiente escolar, se faz necessário adaptar o ensino de matemática para torná-lo atrativo e inclusivo. Neste cenário, existem muitos desafios a serem enfrentados, especialmente para a inclusão de alunos com deficiência visual, que enfrentam barreiras em uma disciplina frequentemente considerada abstrata e visual. Nesse contexto, o Pensamento Computacional (PC) surge como uma abordagem propícia para superar esses obstáculos. Definido por Vicari, Moreira e Menezes (2018) como uma metodologia para resolver problemas complexos, o PC oferece um método estruturado e acessível para o ensino da matemática. Este trabalho investiga e explora a integração de como a utilização de dobraduras de papel, combinada com o PC, pode facilitar a compreensão e o comprometimento de alunos deficientes visuais em atividades matemáticas. A metodologia utilizada neste trabalho é qualitativa e exploratória, com foco na área de Educação Matemática, do tipo pesquisa-ação. Dois alunos com baixa visão da educação básica foram convidados a participar para a aplicação de uma sequência didática construída e aplicada em dois dias, com o objetivo de adaptar a metodologia às suas necessidades específicas. A análise concentrou-se em como as dobraduras e seus algoritmos, aliadas ao PC, influenciam a aprendizagem matemática de conceitos de geometria. Um dos alunos encontrou dificuldades, demonstrando resistência ao uso de materiais adaptados e apresentando uma compreensão limitada dos conceitos geométricos básicos. Embora tenha obtido sucessos em tarefas mais simples, como criar formas geométricas básicas, enfrentou desafios na compreensão e aplicação de algoritmos e conceitos geométricos mais avançados. Por outro lado, a outra estudante demonstrou entusiasmo e compromisso com as atividades, compreendendo bem conceitos matemáticos básicos, como ângulos e formas geométricas. Embora tenha enfrentado dificuldades com a precisão e interpretação de algoritmos, o feedback positivo indicou que as atividades foram eficientes para consolidar conceitos matemáticos e explorar a criatividade. A análise revelou que o uso de dobraduras de papel facilitou a compreensão de conceitos matemáticos e promoveu a inclusão, mas a eficácia também depende do empenho dos alunos. As atividades destacaram a necessidade de ajustes contínuos e suporte individualizado para superar barreiras atitudinais e motivacionais. A integração do PC, com ênfase na decomposição, reconhecimento de padrões e abstração, mostrou-se promissora, oferecendo uma abordagem concreta para conceitos abstratos. A combinação de dobraduras de papel e PC pode ser uma alternativa enriquecedora no ensino de matemática, proporcionando oportunidades para explorar conceitos de maneira acessível.

With technological advances and the growing integration of Digital Information and Communication Technologies (DICT) in the school environment, it is necessary to adapt the teaching of mathematics to make it both attractive and inclusive. In this context, there are many challenges to be faced, especially in the inclusion of visually impaired students, who encounter barriers in a subject often considered abstract and visual. In this scenario, Computational Thinking (CT) emerges as an appropriate approach to overcome these obstacles. Defined by Vicari, Moreira, and Menezes (2018) as a methodology for solving complex problems, CT offers a structured and accessible method for teaching mathematics. This study investigates and explores how the use of paper folding, combined with CT, can facilitate the understanding and engagement of visually impaired students in mathematical activities. The methodology used in this study is qualitative and exploratory, with a focus on Mathematics Education, following an action-research approach. Two visually impaired students from basic education were invited to participate in the application of a didactic sequence, developed and applied over two days, aiming to adapt the methodology to their specific needs. The analysis focused on how paper folding and its algorithms, combined with CT, influence the mathematical learning of geometric concepts. One of the students encountered difficulties, showing resistance to the use of adapted materials and demonstrating a limited understanding of basic geometric concepts. While successful in simpler tasks such as creating basic geometric shapes, the student faced challenges in understanding and applying more advanced algorithms and geometric concepts. On the other hand, the other student showed enthusiasm and commitment to the activities, demonstrating a good understanding of basic mathematical concepts such as angles and geometric shapes. Although she faced difficulties with the precision and interpretation of algorithms, the positive feedback indicated that the activities were effective in consolidating mathematical concepts and exploring creativity. The analysis revealed that the use of paper folding facilitated the understanding of mathematical concepts and promoted inclusion, but its effectiveness also depends on the students' engagement. The activities highlighted the need for continuous adjustments and individualized support to overcome attitudinal and motivational barriers. The integration of CT, with an emphasis on decomposition, pattern recognition, and abstraction, proved to be promising, offering a concrete approach to abstract concepts. The combination of paper folding and CT can be an enriching alternative in mathematics education, providing opportunities to explore concepts in an accessible manner.